O modelo do panorama social é um instrumento psicológico com o qual se pode mudar o mapa mental inconsciente da realidade relacional de alguém. Neste modelo, as relações interpessoais são explicadas como construções cognitivas no espaço mental; projetamos as pessoas num local mental e esse local determina a qualidade do relacionamento.
Sem termos consciência disso, criamos e fixamos a nossa posição na sociedade através do nosso próprio panorama social.
Problemas em relacionamentos íntimos, com a autoconfiança, conflitos em relações de poder, nas famílias, equipas e organizações, podem ser analisados e resolvidos com relativa facilidade através da utilização do modelo do panorama social.
Objetivos
Pretende-se dar a conhecer o panorama social, enquanto sistema e criar uma ideia da sua potencialidade enquanto ferramenta de intervenção terapêutica eficaz.
Para Quem?
– Para terapeutas que queiram conhecer novas formas de permitir aos seus clientes uma maior consciência sobre os seus relacionamentos.
– Para conhecer novas formas de desbloquear situações em dinâmicas relacionais.
– Para quem queira descobrir se tornar-se Consultor Certificado do Panorama Social é para si.
– Para experienciar vivencialmente o potencial transformador do panorama social
Introdução
“Como é que nós representamos as relações interpessoais?” É essa a pergunta que está na base do desenvolvimento, e que é respondida, pelo Panorama Social.
A nossa neurologia força-nos a simplificar as representações que fazemos do mundo à nossa volta. A sucessão de impressões sensoriais que recebemos são reduzidas a representações esquemáticas na nossa mente. Através do processo de generalização tiramos conclusões gerais baseadas em muitas experiências variadas e individuais e baseamos a nossa imagem da realidade, aquilo em que acreditamos, aquilo que supomos que o mundo é, nesta imagem simplificada e generalizada que armazenamos.
Este processo de generalização permite-nos interagir no mundo de uma forma prática, rápida e simples. Saber “Quem sou eu aqui?” e “O que é esperado de mim?” permite-nos comportar de forma apropriada e socialmente adequada nos vários contextos que encontramos no nosso dia a dia. No entanto, por vezes, as representações que fizemos, de nós e dos outros, impedem-nos de atingir os nossos objetivos e criam-nos problemas relacionais dos mais diversos.
Nós vemos as pessoas reais como objetos no espaço à nossa volta e com uma localização tridimensional relativa à nossa. Para sabermos com o que é que contamos e o que é esperado de nós, no dia a dia necessitamos de saber, com rapidez e fiabilidade, qual é a nossa relação com as pessoas com as quais interagimos.
A capacidade de fazer uma diferenciação entre as pessoas reais, à nossa volta, e a representação que fazemos delas no nosso espaço mental, e a que chamamos “personificações”, é essencial para ser possível trabalhar com o panorama social. Através das posições em que colocamos as personificações no nosso espaço mental sentimos intimidade, afeto, confronto, apoio, antipatia, ambivalência, amor, união, separação.
Nós experienciamo-nos a nós próprios, e criamos a nossa identidade, como personificações que fazemos de nós próprios no meio do nosso panorama social. A auto-estima que sentimos, a importância que julgamos ter em determinadas situações ou grupos, o afeto e harmonia que experienciamos nas nossas relações familiares e intimas, são também condicionadas pela imagem mental que criamos de nós próprios nessas situações. Igualmente, a personificação que criamos das pessoas com as quais interagimos influenciam, numa interação com a nossa auto personificação, como nos posicionamos nessa relação.
Resumo
Nesta workshop os participantes tomarão contacto com o modelo do panorama social e irão explorar as suas próprias representações internas e tomar contacto sobre formas de introduzir flexibilidade ecológica no sistema.
Para vários filmes sobre o panorama social ver o canal de utube de Lucas Derks.