
Nós criamos ideias mentais dos outros e atribuimos um significado emocional a essa ideia.
A maioria dos nossos pensamentos são inconscientes. Conceitos abstratos tais como “liberdade” e “segurança” tem um significado entendido em termos de sensações corporais. Os alicerces dos nossos pensamentos são o resultado de vivências corporais acumuladas ao longo da vida. Neste modelo da cognição humana, em que a mente é o resultado da vivência do corpo (1), as nossas relações sociais são o resultado das posições mentais que criamos das pessoas com as quais interagimos. O Panorama Social propõe-se a trabalhar Relações modificando as imagens mentais que temos delas.
Parece demasiado simples?
Quando nascemos começamos a aprender a diferença entre “dentro” e “fora”, “aqui” e “ali”, “eu” e “não-eu”. Aprendemos que os outros seres humanos são quentes ao toque, que com a luz conseguimos ver, e que a proximidade física é diferente dependendo de quem está próximo. Estas experiências, partilhadas em grande parte por todos os seres humanos, permitem-nos criar uma linguagem mental quase universal.
“Eramos muito próximos, mas nos últimos anos afastamo-nos” é facilmente entendido como significando uma mudança na relação, e não geográfica.
No Panorama Social esta frase é entendida de forma literal. No passado a representação mental que tinha desta pessoa estava próxima da minha, e tinhamos uma relação mais intima, atualmente a ideia mental afastou-se e a relação é menos intima. A essas representações mentais chamamos Personificações e fazemos Personificações para os outros e para nós próprios.
As Personificação tem as seguintes características:
- Localização – eu estou aqui, os outros estão ali;
- Habilidades – eu posso fazer coisas, falar, mover-me, pensar;
- Interesses e motivações;
- Sentimentos;
- Autoconsciência – o conhecimento de quem sou no meio dos outros;
- Perspetiva – eu vejo as coisas da minha maneira;
- Conexão espiritual – estou conectado com o Todo;
- Percetividade – a perceção de que posso ser visto, ouvido e sentido;
- Nome – sei como me chamo.
Esses fatores são partilhados pelas imagens mentais que criamos das pessoas que conhecemos. No modelo do Panorama Social, que pertence à PNL, parte-se do pressuposto de que as Personificações que fazemos são partes de nós. As Personificações são armazenadas na memória, no tecido nervoso, de quem tem essa memória. São propriedade da pessoa em cujo cérebro estão representadas. Aquilo que conhecemos de alguém, as personificações de outras pessoas que armazenamos na nossa memória, são parte de nós.
Nesta Introdução ao Panorama Social irão ser abordados os fatores de personificação que regulam relação com o self e com os outros. É um curso no qual terá oportunidade de experienciar modificações nas suas relações ao modificar a representação mental que tem delas.
Irei estar a traduzir o próximo curso do Dr. Lucas Derks em Portugal, 20 – 24 de maio 2023.
Para mais informações e a ficha de inscrição veja AQUI
Se quiser saber mais sobre Lucas Derks nesta série de filmes ele fala brevemente sobre a forma como desenvolveu o Panorama Social e a história da PNL:
Bibliografia
“Metaphors We Live By”, by George Lakoff (Author), Mark Johnson (Author)